A Guía no último nº do Novas da Galiza: editorial + entrevista
Reproducimos con permiso a entrevista (en versión completa) que o Novas da Galiza nos adicou no seu último número. Como introdución á entrevista incluímos o seu editorial no que tamén se salienta a Guía para o descenso enerxético como unha iniciativa a prol da defensa dos nosos montes dentro dunha recuperación do rural que axude adaptar o país ao pico do petróleo. Vaia desde aquí o noso duplo agradecemento a este medio, sempre atento á cuestión e sempre en defensa das alternativas de país.
Cuidar do monte, umha tarefa pendente (Editorial – Novas da Galiza nº 130)
Todos os anos a história repete-se, o lume aparece e expom ante a populaçom galega os trágicos problemas do monte galego. Milheiros de hectares queimados som produto direto do abandono que o rural leva padecendo. O êxodo cara as cidades, a reflorestaçom de pinheiros e eucaliptos, a falta de interesse por parte das administraçons… toda umha mistura explosiva para o monte. As mobilizaçons cidadás pugérom o seu ponto de mira na política privatizadora que promove a vanguarda neoliberal instalada na Junta da Galiza e as pessoas trabalhadoras que componhem as brigadas anti-incêndios denunciárom as duras condiçons laborais e a necessidade de um mando único nas tarefas anti-incêndios. No entanto a Junta realiza sobre-salientes exercícios de propaganda negando evidências e sem trabalhar nas causas que provocam o lume. Enquanto nom se investigam os interesses especulativos que esconde o negócio do lume, a Junta sente-se cómoda com os esporádicos titulares sobre detençons de presuntos incendiários que nom achegam soluçom ao problema dos incêndios.
Mas a única maneira de que o monte nom prenda lume é cuidando-o, dia a dia. Umha tarefa que a história do mundo atual está a ensinar-nos que nom pode cair exclusivamente nas maos de administraçons cada vez mais vinculadas com os interesses da iniciativa privada. O rural, para estar cuidado, precisa de vida e de maos que estejam a trabalhar nele, recuperando as casas que ficárom abandonadas logo da apariçom de plantaçons de pinheiros e eucaliptos, reaprendendo os labores e os saberes que medrárom a carom das galegas e galegos. A vida urbana ajuda a manter os olhos fechados cara as possibilidades de futuro do rural galego. Um rural que talvez nos próximos tempos teremos que ver com outra perspetiva. Nestas últimas semanas começou o andança de umha iniciativa que procura preparar as gentes do país para o provável colapso energético que trairá o pico do petróleo que estamos a viver. Trata-se da ‘Guía para o descenso enerxético’, para a que a Associaçom Véspera de Nada está atualmente a procurar financiamento através da web. O caminho que leva cara a umha recuperaçom do rural é também um caminho de defesa dos nossos montes.
Entrevista a Manuel Casal Lodeiro, ativista de ‘Véspera de Nada’
Comecemos falando do ‘peak oil’… Em que momento estamos atualmente? Quais som as consequências sociais desta queda do petróleo?
Estamos no que poderia chamar-se umha meseta nos níveis de extraçom (barris totais que se extraem anualmente), ainda que a taxa de retorno energético segue a sua imparável queda e poderíamos case dizer que cada barril que se obtém vai custando um pouco mais em termos energéticos que o anterior, e ai nom há volta atrás. Agora fala-se muito de novos tipos de petróleo, do “petróleo nom convencional”, mas som autênticas barbaridades nom só ambientais senom energéticas, como o das áreas asfálticas, que quase consomem mais energia que a que fornecem ao final à sociedade. Factos coma esses e que se procure petróleo a quilómetros de profundidade por baixo do mar, ou no Ártico ou que se dedique terra fértil para produzir biodiésel som sintomáticos do desesperada e moribunda que está esta civilizaçom.
Em quanto às consequências sociais podemos afirmar que já as começamos a palpar desde o 2008, pois a fase financeira inicial desta crise terminal do sistema arrancou devido ao pico nos preços do petróleo que já começaram daquela e que se propagou ao nível bancário por meio dos impagamentos de hipotecas nos EE.UU. Polo tanto todo o que está a suceder desde aquela som fases já previstas da quebra do sistema socioeconómico mundial baseado na energia abundante e barata. Quando esse alicerce começa a falhar, todo se vem abaixo mediante crises em cadeia: a nossa civilizaçom é incrivelmente frágil e se lhe falta a energia, só pode colapsar ata níveis mais baixos de complexidade e polo tanto de consumo energético, como o metabolismo de qualquer sistema.
Sobre a seguinte jeira de consequências que nos aguardam, cada vez mais profundas e irreversíveis, serám mui numerosas e afetarám a todos os terrenos, mas poderíamos resumir as máis graves nas seguintes (advertindo de que chegarám a ritmos diferentes cada umha e tamém aem momentos diferentes para cada país e para cada classe social): falamos em primeiro lugar da necessária reduçom drástica do transporte de mercadorias e da mobilidade privada, é dizer, do uso do carro; depois estaria a inviabilidade do sistema agroalimentar mundial baseado no uso massivo de combustíveis fósseis nom só na fase de produçom de alimentos, senom no seu transporte, processado, envasilhamento, conservaçom e preparaçom; e se quadra o efeto mais global, com mais repercussons, será a impossibilidade de continuarmos no paradigma económico atual, o do capitalismo baseado no crescimento contínuo. Sem que nos chegue cada vez mais petróleo, nom há maneira de seguir crescendo (há umha correlación absoluta entre consumo energético e crescimento) e isso vai mudá-lo absolutamente todo nas nossas sociedades, reorganizadas no último século e meio ao redor desse objetivo principal, convertido numha autêntica religiom: o crescimento.
Tem-se afirmado que nom há nengumha outra energia que seja capaz de substituir ao 100% o petróleo. Que alternativas se podem construir para os diferentes usos do petróleo?
É certo: nom há energia que em qualidade e quantidade e no tempo que nos queda poda substituir o petróleo. Assim que a alternativa em muitos casos será prescindir diretamente de muitos desses usos do petróleo: nom quedará outra. É dizer, para as necessidades básicas dos seres humanos (alimentaçom, calefaçom, vivenda…) podemos em teoria apanhar-nos modestamente com alternativas renováveis, nom sem consideráveis custos e dificuldades de adataçom, mas para muitas outras “necesidades” criadas pola sociedade capitalista de consumo, singelamente imos ter que passar sem elas. É isso o que quer dizer o nome da nossa asociaçom: vivemos “dias de muito” e agora chegou a hora de viver “sem nada”, polo menos sem nada dessa abundância material e energética da que gozamos (mais bem abusamos) a costa de deixar sem essa extraordinária fonte energética nom só a outros seres humanos coetâneos nossos senom tamém os nossos filhos e as geraçons que venham atrás deles, que ham ter que viver com muito menos. De feito vam ter que viver com bastante menos do que tinham os nossos avós na era preindustrial, pois agora somos muitos mais e temos já estragado boa parte da base de recursos naturais que produz cada ano a energia que nos chega do sol, que serám os únicos dos que disponhamos trás desbaldirmos absurda e aceleradamente milhons de anos de energia solar acumulada em forma de combustíveis fósseis. Resumindo: a alternativa é prescindir da maior parte do nosso consumo actual (quiçais um 80 ou 90%) e limitar-nos ao que podamos obter mediante os recursos naturais locais. Por isso insistimos tanto em que o futuro é local e, principalmente, rural.
Quais som os passos que apontades para fazer real umha Galiza sem petróleo? Quais podem ser os primeiros avanços na nossa vida quotidiana, na casa, no trabalho…?
O primeiro passo é a consciencializaçom individual e social. Há que ser conscientes de que a mudança é ineludível e que qanto mais tardemos em ponhé-la em andamento estaremos em piores condiçons, tanto como indivíduos como a nível comunitário e de país. Depois há que começar a alviscar, a visualizar como vai ser, como queremos que seja essa Galiza pospetróleo e postindustrial. Sem termos essa visom será mui difícil pois nom saberemos cara onde imos e nom haverá umha motivaçom em positivo para a gente mudarem anticipadamente as suas vidas: afinal nom quedará outra que caminhar nesta direçom, mas se teimamos em continuar com o impossível modelo atual ate que cheguem os desabastecimentos de gasolina e de produtos de primeira necessidade, a transformaçom será muito mais precipitada e com mais trauma social. Os primeiros passos podem ir nessa direçom de adataçom mental e depois há que apoiar-se nas nossas redes sociais, na comunidade, para passar ao terreno prático: e se essa comunidade nom existe onde vivemos ou está mui danada polo destrutivo individualismo do capitalismo, devemos reconstrui-la sem demora. O futuro passa por umha reduçom drástica no nosso consumo unida a um renascimento das comunidades humanas a nível local. Por suposto tanto umha cousa como a outra levam a mudanças que podem ser mui importantes nos terrenos que ti apontas: onde moramos, a que nos dedicamos, como e quanto nos deslocamos… Tamém haverá umha mudança psicosocial mui importante e deveremos construir umha nova cultura e umha nova ética associadas à comunidade e a umhas relaçons perduráveis entre as pessoas e com a natureza de que fazemos parte inseparável. Falamos de recuperarmos a resiliência comunitária e como espécie, algo que nos roubou a industrializaçom.
Existem no país exemplos que já estejam a dar passos nessa direçom?
Penso que sim, que já levam um tempo agromando iniciativas que caminham cara ai, mas ainda som demasiado escassas e sobre todo mui pouco visíveis. E tamém, tragicamente, subsistem alguns traços de um modo de vida tradicional no nosso rural que estám agoniando quando precisaríamos que estivessem revivendo! Um dos objetivos principais da nossa associaçom é ponher todo isto em valor, dá-lo a conhecer e ponhe-lo como exemplo de que é possível umha alternativa galega ao capitalismo-industrialismo, que é possível viver com muito menos consumo energético, menos pegada ecológica, mais ancorados no local, com umha economia orientada a satisfazer as necessidades das pessoas e nom do capital… A mudança social sempre precisa referentes, modelos pioneiros: como dizia um dos teóricos da permacultura, David Holmgren, a sociedade sempre avança polas margens, e o que agora é um setor mui minoritário será o que marque o caminho que depois seguirá o resto do corpo social. Eu adoito dizer que as sociedades se movem como as amebas, prolongando um pseudópodo e depois o resto da célula vai atrás. Tamém é mui importante o facto de que hoje ainda podemos desfrutar graças a Internet de umha comunicaçom mui fluida com experiências que se ponhem em andamento noutras partes do mundo, e aprender delas para as adaptarmos ao nosso entorno. Há que olhar tamém cara ao nosso próprio passado preindustrial, como nos organizávamos a nível comunitário e como satisfazíamos as nossas necessidades básicas. Há muitos referentes e há que pescuda-los no espaço e no tempo.
De sair adiante a Guia falades de elaborar comunidades de leitores em diversos pontos da Galiza. Por que considerades isto necessário? Que > mecanismos poredes em marcha para impulsar essas comunidades?
Isto é algo mui importante. Nom falamos de um livro qualquer: se há um livro que queira mudar radicalmente a vida das pessoas, é este. E nom podemos fazer umha mudança interior unicamente, isolados da sociedade, limitar-nos a ler um livro e aplicar certos ajustes ao nosso modo de viver e consumir. A mudança tem que ser radical mas tamém comunitária, precisamente porque a comunidade é um dos eixos vitais para vivermos sem petróleo, umha parte fulcral da resposta que devemos dar como país ao reto histórico do ‘peak oil’ e da queda associada da civilizaçom atual. Assim é que tentaremos ponher em andamento encontros locais com os leitores por todo o país, para promover que a gente se conheça e se comece a autoorganizar, e um foro em Internet para complementar estes encontros e para conectar uns grupos locais com outros, partilhar experiências, etc. É dizer, o livro será só um começo, um catalisador, unha semente, mas a mudança tenhem que a protagonizar as próprias pessoas que se consciencializem de que nom podemos aguardar mais e que devemos começar a mudar o país desde baixo em chave de decrescimento, de autogestom e autosuficiência, e de reconstruçom das comunidades. O ideal será que depois cada grupo local lidere a ‘transiçom’ à vida sem petróleo de unha maneira própria e adatada às caraterísticas do seu lugar: nom será o mesmo a adataçom numha cidade que numha vila ou numha aldeia, nom será igual na costa que no interior, numha vila grande que numha pequena…
Um pouco ao fio da questom anterior…numha sociedade pospetróleo que relevância podem ter questons como a comunidade ou a solidariedade?
Como venho insistindo o papel da comunidade (e de rasgos definitórios dela como a solidariedade, o labor e os recursos em mao comum, etc.) é central. Só a exuberância energética que tivemos ate o de agora permitiu fazer realidade o modelo tipicamente capitalista de indivíduos isolados relacionando-se única ou principalmente por meio do mercado (laboral, de consumo…). Agora essa energia desaparece e ficamos abandonados à nossa sorte, sem capacidade muitos de nós para aceder a um mercado cada vez mais limitado e inatingível, um modelo que expulsa os que nom tenhem ‘valor’ como consumidores nem como produtores, e tamém sem suporte de um Estado que cada vez se desentende mais dos cidadáns que devia servir e proteger. Polo tanto que nos queda? O mesmo que sempre tivemos ao longo da história da nossa espécie: as nossas comunidades locais e os recursos locais a que estám intimamente unidas. Devemos entender de novo que ‘nós’ somos o entorno. Sobre a solidariedade, devemos reinterpreta-la para estende-la às geraçons vindeiras e tamém a outras sociedades e comunidades longe das nossas, às que estivemos espoliando durante a época industrial e mesmo mais atrás para sustentarmos um crescimento injusto e que tampouco ia poder durar por sempre. Por isso um mundo local e autolimitado poderá ser tamém um mundo mais justo.
Nessa sociedade pospetróleo também haveria que prestar atençom à questom da formaçom e à adquisiçom de conhecimentos. Ate que ponto haveria que romper com os conhecimentos que temos adquiridos nesta sociedade atual? Em que tipo de saberes haveria que se centrar?
Sim, tocaches um ponto mui importante que adoita esquecer-se. Se olhas para os temários, os livros de textos, as aulas de qualquer nível educativo (desde preescolar ate o doutoramento) encontras que dam por descontado que o mundo industrial vai seguir existindo para sempre. Mas nom é assim e muitos milhons de pessoas vam quedar, em diferentes fases do seu processo educativo, com uns conhecimentos obsoletos e inúteis, que nom lhes vam servir para um mundo totalmente distinto e para umha economia e mercado laboral muito mais reduzidos e simplificados. E nom só isso, senom que a própria conceçom da educaçom teria que ser modificada pois nom se trata de trocarmos uns conhecimentos por outros: precisamos umha nova cultura baseada em valores totalmente diferentes: isto tamém o abordamos em detalhe na Guia. Nesse contexto de radical mudança civilizatória, como poderia a educaçom seguir tendo nom só os mesmos conteúdos senom a mesma estrutura e objetivos? Dentro da questom dos saberes, é preciso conservarmos, trasmitirmos e actualizarmos em chave de utilidade prática muitos dos saberes tradicionais do nosso povo, que som os que nos permitiram sobreviver com os recursos que há aqui durante milhares de anos. Claro que nom poderemos volver ter exatamente aquela sociedade, porque em muitos aspectos nom é factível umha volta atrás, e por isso haverá que atualizar muito desse conhecimento e combina-lo seguramente com algumhas ideias novas, como por exemplo a permacultura, a arquitetura bioclimática… ainda que em realidade essas técnicas estám baseadas no mesmo que se baseava o modo de vida e o hábitat tradicional galego, assim que nom deixam de ser novos caminhos para um mesmo objetivo: viver em comunidades locais, com o que temos na nossa contorna e pechando os ciclos da matéria e da energia.
Seria possível numha Galiza sem petróleo viver nas cidades? Existe umha relaçom indisolúvel entre a sociedade do petróleo e a vida urbana ou é possível algumha hibridaçom entre os modos de vida urbanos e rurais?
Bem, isto é umha questom que gera muito debate na comunidade de divulgadores e ativistas em torno ao ‘peak oil’. Desde logo o modo de vida urbanita é mui dependente da abundância energética, e na medida em que esta vai ir desaparecendo, deixará de ser viável. Mas isso nom quer dizer que as cidades vaiam desaparecer ou ser abandonadas massivamente, polo menos nom todas elas. Na Galiza por exemplo temos casos de cidades como Compostela com muitíssimas mais possibilidades de se transformarem para sobreviver ao ‘peak oil’ que outras do nosso entorno geopolítico, como poderia ser o caso extremo de Madrid. Todo é questom de ver qué número de habitantes pode manter o entorno de cada cidade, já que o transporte de alimentos desde longas distancias —ponto crítico onde os haja— será cada vez mais difícil. Há unha frase que se fixo famosa no Reino Unido a raiz das greves do transporte: “Estamos a nove comidas de distância do caos”, é dizer, se se interrompem as cadeias de fornecimento das cidades, só quedaria comida para três dias! Mas há mais pontos críticos na viabilidade futura das cidades: calefaçom, subministro elétrico e de gás, saneamento, água… Desde logo muita gente volverá ao rural, mais que nada porque ali haverá mais trabalho e um aceso mais doado ao alimento, a água e a biomassa para quecer-nos.
Penso por isso que uns lugares que experimentarám um ressurgimento mui importante podem ser os arredores das cidades, porque terám que volver ser o seu suporte alimentar (como foi ate nom há muito) e porque facilitarám a transiçom paulatina ao rural mediante diversos tipos de “hibridaçom”, como ti dizias. De todos os modos, o número de pessoas dedicadas à agricultura é inversamente proporcional ao emprego de combustíveis e fertilizantes artificiais, assim que quando estes deixem de estar acesíveis, o medre da populaçom dedicada a esta atividade será inevitável. Isso implicará umha migraçom importante de desempregados das cidades ao rural.
Existem já outras guias para o descenso energético polo mundo adiante? Pode inserir-se esta iniciativa num movimento de carácter mais global?
Existem cousas análogas, polo menos no mundo anglofalante. Temos o vigoroso movimento das ‘Transition Towns’ que produz material mui interessante tanto em forma de manuais como de documentais e todo tipo de recursos, e tamém cada vez mais governos locais que publicam e aprovam planos de adataçom ao descenso energético. Claramente é um movimento centrado polo de agora em países como Reino Unido e EE.UU. Mas nos diversos mapas que vam recolhendo estas iniciativas em Internet podemos ir vendo que cada ano que passa surgem mais e mais projetos por todo o mundo, polo menos no mundo mais industrializado, que é o que mais necessitado está de reverter o modo de vida actual. Se quadra os países que vemos como mais ‘atrasados’ som os que o vam ter mais doado em certo sentido, porque a sua industrializaçom nom chegou a ser tam profunda ou completa como nos mais ‘avançados’, ainda que a sua dependência energética nalguns casos pode ser dramática: nom por casualidade as revoltas em países como o Egito tenhem muito a ver com a suba do custo dos alimentos básicos e do transporte. Mas volvendo ‘as referências de transiçom pospetróleo, sim, sem dúvida há um movimento de caráter mundial que se expressa em variadas iniciativas: a chamada ‘Transición’ pospetróleo, as ‘cidades lentas’, o movimento pola ‘relocalizaçom’ e a alimentaçom local, o “Decrescimento”, a luita pola soberania alimentar, contra os transgénicos, contra o ‘fracking’ e outros delírios do industrialismo terminal, o conceito indígena do Bom Viver, a chamada ‘Revolución integral’, a Economia Ecológica, as moedas alternativas… todo isto caminha com maior ou menor fortuna, em terrenos mais práticos ou mais teóricos, cara a mudança de civilizaçom que precisamos. A própria diversidade de movimentos revela que cada sociedade deverá de buscar a sua via particular para a vida pospetróleo.
[…] a O atraso económico de Galicia (1972). Neste sentido, a Guía para o descenso enerxético (veja-se entrevista no NGZ nº 132), camuflada de manual prático, seguramente seja o livro sobre transformaçom social mais ambicioso […]